“Nunca, nunca cresçam. Assim, vocês sempre serão criativos”. Foi com esse conselho que Nolan Bushnell, 69 anos, marcou sua presença na Campus Party, evento que reúne aficionados por games, computação e robótica na capital paulista.
O norte-americano é o fundador da Atari, empresa que criou a estrutura do mercado de jogos eletrônicos nos anos 1970 com seus consoles domésticos e games clássicos como Enduro, Breakout, H.E.R.O. e Missile Command.
Bushnell, porém, não fez questão de reverenciar seu passado glorioso durante sua palestra para os campuseiros. Ao contrário, ele tentou mostrar como deve ser o futuro dos videogames e o que é preciso fazer para se dar bem nesta indústria.
Para isso, ele invocou as memórias de Steve Jobs, que foi seu funcionário na Atari. Apesar de ser ignorado pelos colegas de trabalho naquela época, além de dizerem que ele "vivia fedendo e era esquisito", o criador da Apple mostrava entusiasmo, garra e um brilho no olhar que encantava Bushnell.
CEO do estúdio Brainrush, Nolan está decidido que os jogos eletrônicos devem entrar de vez no campo da educação e da saúde. “Os games ensinam dez vezes melhor do que qualquer outra coisa”, disse.
Num teste com estudantes americanos, ele provou que um simples minigame pode ensinar noções de espanhol em 10 minutos com mais eficiência que uma aula de uma hora com um professor.
Um dos propósitos da vinda do “pai dos videogames” ao Brasil é implantar por aqui um dos projetos mais ambiciosos da Brainrush: gerenciar colégios que ensinem através do entretenimento.
Novo rumo – Nolan não é dono da Atari desde 1976, mas não escapou da imprensa e fez seus comentários sobre a real situação da empresa, que decretou falência na semana passada numa tentativa de se reestruturar. “As constantes aquisições causaram uma bagunça na companhia”, desabafou.
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